MILITARES E FORÇAS DE SEGURANÇA
Ao longo da história da democracia Portuguesa, temos assistido a uma desvalorização e humilhação, quer das Forças Armadas, quer das Forças de Segurança.
A exoneração ou a demissão dos chefes militares ou das forças de seguranca (PSP, GNR, Guardas Prisionais, Polícia de Fronteira) que defendem a instituição e os seus homens tem sido uma constante por parte do poder político e com a impassividade e cumplicidade dos sucessivos Presidentes da República.
As escolhas dos chefes militares e policiais são políticas, criando logo um grave precedente que quem assume as funções não e necessariamente o mais competente e virtuoso, mas o mais vassalo e subserviente a venais políticos.
As escolhas das chefias deviam ser propostas dos pares após sistema de avaliação ao poder político e não nomeação política.
Assistimos à demonização das forças de segurança e à protecção dos criminosos na comunicação social e nos apoios sociais de uma falsa inserção, sem resultados práticos, uma falácia que todos pagamos para viver em insegurança.
Valorizar as polícias, defender a sua acção contra o crime, e publicamente assumir que a população os deve acarinhar e não demonizar, e como comandante supremo das forças armadas, protegê-las e dignificá-las, defender as chefias militares e dizer-lhes também para não se misturarem com políticos e andarem a fazer de emplastros atrás das câmaras de televisão, acompanhando gente sem dignidade e que fazem da política um modo de vida. O lugar dos Chefes Militares é nos quartéis junto à sua tropa e não a bajularem políticos e ministros.
Ter chefes militares como Presidentes da República que cospem para baixo e lambem para cima e que já foram escolhidos pelo sistema ou antes escolher alguém independente, alérgico a vassalagem e ao desrespeito pela dignidade dos subordinados é uma escolha que os militares e as forças de seguranca terão de fazer na eleição Presidencial.
A Lei das Forças Armadas deve mudar para as tornar mais atractivas, combativas e independentes do poder político a nível de Chefias.Também deve ser avaliado um serviço militar reduzido para todos os cidadãos como escola de disciplina, honra e sentido de servir.
A lei da segurança interna também deve tornar as chefias escolhidas por competência e mérito por os seus pares, e não escolhas políticas, dar mais poder coercivo as polícias inclusive em relação à utilização de fogo letal sobre criminosos e condições de trabalho e sociais.
Somos da mesma família profissional, a da defesa e segurança abnegada dos portugueses e do país e infelizmente também de muitos que nos desonram e não nos merecem.
Amanhã, dia 15 de junho, às 21h00, irei fazer uma apresentação sobre a defesa e a segurança do país, e como vejo o papel do Presidente da República nessas temáticas.
Pedro Tinoco de Faria.
Artigo para a AOFA - Associação de Oficiais das Forças Armadas
Hoje sabendo que as mortes no Regimento de Comandos, deram origem a punições e penas de prisão militar para o Médico, o Tenente Coronel responsável pela prova, comprometeram a carreira do Comandante do Regimento de Comandos, Oficial do meu curso e um amigo e excelente Oficial.... aqui digo aos senhores Generais Comandantes do Exército e das Forças Armadas que envergonham os nossos mortos.
Envergonham-me ter pertencido a um Exercito onde os chefes não têm tomates, porque são nomenados pelo Poder Politico e são subservientes, perderam a honra de assumir a responsabilidade de defenderem os homens que cumprem ordens dadas por eles mesmos.
Há chefes militares que assumem a responsabilidade do que os seus homens fazem, ( Ex Chefe do Estado Maior do Exercito Major General Jerónimo) porque o fazem bem e cumprem as suas ordens.
Com todo o respeito pelos nossos putos que morreram na instrução e pelas suas familias e a sua dor, não deviam ser os militares dos comandos punidos, mas sim esta corja de politicos assexuados, o ministro da defesa e do seu cacique, que de tropa e de honra nada entendem, punidos estes jornalistas vendilhões de mentiras que vendem opiniões deturpadas daqueles que morrem para os defenderem.
A instrução deve ser revista, sim, deve e não deve nunca perder o rigor exigência que prepara homens para matar e aprenderem a não morrer.
Os nossos Generais são nomeados pelo Poder Poilitco e sabem que se caem , outro já esta na calha para assumir os louros e o seu lugar mais um ser vil General cumplice na queda de um camarada.
Quando é que um dia demitem um chefe militar e todos se recusam a ocupar o seu lugar por camaradagem e por honra? penso que nunca.
Corja que querem o poleiro de Chefes do Exercito e das Forças Armadas e não poêm o lugar à disposição a defenderem os seus homens que estão a cumprir ordens e que dão seu melhor para fazer o que ninguem faz, preparar os seus homens o melhor possivel para se houver um conflito não os trazerem aos magotes em sacos de plastico por falta de formação.
Por causa destes Generais, por causa destes politicos fui em 96 para a Bósnia comandar uma companhia, confiando na sorte, sem nos preparem como deve ser para combate, sem termos feito tiro as horas necessárias , nem criado os automatismos necessários para poder reagir debaixo de fogo quando todo o cerebro cognitivo fica congelado, Nem muniçõs levámos, tive 20 munições por soldado no 1º mês de missão, e nas outras missões é tudo igual má preparação, poupar dinheiro porque quando morre um militar por falta de instrução, os custos nem são elevados, as pensões de preço de sangue são miseraveis, continuar a confiar na sorte e levar pessoal mal equipado e mal preparado é o mote
Nos comandos o que se faz na formação e na instrução é minimizar este risco, atraves de uma formação intensa e pensada , onde só ficam os melhores, os que mesmo na merda combatem, e o que os Generais querem e esta corja de politicos é só dar nas vistas...e não poupar vidas através da instrução.
Hipocritas, carreiristas, sou Tenente Coronel dos Comandos, agora dêem-me uma porrada, quero juntar-me áqueles a quem destruiram a carreira e tiveram que pagar advogados do seu bolso para se defenderem porque os NOSSOS GENERAIS estão mais preocupados com o poleiro do que em defender os seus homens.
O meu pai , morto em combate envergonha-se de si Srº MINISTRO DA DEFESA, o meu pai morto em combate envergonha-se de si Sr Chefe do Estado Maior do Exercito, o meu pai envergonha-se de si Srº Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, eu pergunto ao Srº Presidente da Républica como pode permitir isto, eu estou com o Comandante do Regimento de Comandos, com o Médico, com o Comandante de Batalhão, com toda a unidade e tambem com as familias daqueles que queriam ser Comandos e com a alma dos jovens que deram o seu melhor em busca de uma essência que estão a matar.
Pedro Tinoco de Faria
Tenente Coronel Comando....aposentado.